segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Hereditariedade vs Meio

Cada ser humano possui as suas próprias características, tanto físicas como psicológicas e sociais. Esta diferenciação entre os indivíduos provém, não só da hereditariedade, mas também da influência do meio.
Termos os olhos verdes ou castanhos da nossa mãe ou as sardas do nosso pai é facilmente explicado pelo conjunto de genes que passam de geração para geração. Mas vejamos, por exemplo, onde vamos buscar o talento para cantar? Ou a inteligência?

Podemos definir hereditariedade como o somatório de todas as características contidas no núcleo das células gaméticas, transmitidas a um indivíduo durante a fecundação. A hereditariedade está relacionada com as características físicas e, ainda pode explicar muitas doenças que se manifestam na geração seguinte devido aos progenitores ou antecedentes terem sido portadores desses genes mutados. O cancro é uma doença explicada em grande parte pela influência genética.
Contudo, o desenvolvimento depende, não só dos factores genéticos, mas também e, em grande parte pelo meio onde a pessoa está inserido ( seio familiar; grupos; cultura; características do ambiente; escola; trabalho; etc).

Este meio social desempenha um papel fundamental na construção da personalidade e identidade. Esta construção é um processo interactivo com os sistemas de vida que envolvem.
Uma personalidade é marcada por todo o processo de socialização em que a família, sobretudo nos primeiros anos, assume um papel muito importante, pelas características e qualidade das relações existentes e pelos estilos educativos.

Há quem defenda que o nosso desenvolvimento é influenciado sobretudo pelo meio, ou principalmente pela hereditariedade. Porém, a hereditariedade não pode exprimir-se sem um meio apropriado, assim como o meio não tem qualquer efeito sem o potencial genético.
Na nossa opinião nenhum dos factores (hereditariedade e meio) se sobrepõe ao outro, na medida em que a hereditariedade disponibiliza no código genético variadíssimas potencialidades, mas que se o meio não estimular, estas não se desenvolvem. Por exemplo, uma pessoa pode ser naturalmente rápida devido a um antecedente também o ter sido, mas se não treinar diariamente para desenvolver essa capacidade, nunca se tornará num corredor (isto numa perspectiva mais ligada ao desporto). Mas vejamos, existem crianças que nascem com melhores capacidades escolares, contudo, se não frequentarem a escola ou não forem estimulados em casa, poderá repercutir-se no seu desenvolvimento cerebral. Fisicamente é também importante estimular a criança para a desempenhar actividades físicas interagindo com o mundo, pois se a privarmos do contacto com o exterior e da actividade locomotiva, os seus músculos podem atrofiar.

Podemos ainda ver o caso do acidente de Chernobyl, onde por causa da radioactividade libertada, houveram imensas pessoas sofreram alterações profundas físicas e psicológicas, ou seja, o local onde se está inserido é também um factor determinante do desenvolvimento (Bairros sociais vs. Centros urbanos). Este vídeo mostra algumas evidências dessa catástrofe.






Por tudo isto, podemos afirmar que a hereditariedade e o meio interagem, determinando o desenvolvimento orgânico, psicomotor, a linguagem, a inteligência, a afectividade, etc.

Para os mais interessados, onde reflecte alguns aspectos que consideramos e, que evidenciam este paradigma hereditariedade vs. Meio. O filme chama-se “ O menino selvagem”.




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