Desenvolvimento ao longo da idade adulta
Objetivo: Caracterizar o desenvolvimento
ao longo do ciclo de vida – ADULTOS E IDOSOS
Ideia-Chave: Os processos de desenvolvimento
são processos que se iniciam ainda antes do nascimento e se estendem ao longo
de todo o ciclo de vida.
Caracterização do desenvolvimento na idade adulta e na
velhice
“Os processos de construção do conhecimento e da
aprendizagem nos adultos são menos investigados, porque a idade adulta tem sido
tradicionalmente encarada como um período de estabilidade e de ausência de
mudanças. Mas, atualmente, já é vista como uma etapa importante do
desenvolvimento humano, com características definidas em função dos fatores
culturais. De facto, se em cada período da vida se podem identificar vários
papéis, atividades e relações sociais, tal facto é mais visível a partir do
final da adolescência com a entrada no mundo do trabalho e a formação de uma
família própria.
A atividade profissional e a vida familiar dependem das
expectativas sociais em torno desses papéis, que são claramente dependentes de fatores
históricos, culturais e sociais. O papel de mãe na cultura ocidental não é
encarado do mesmo modo que na árabe. Um profissional nos EUA tem direitos
diferentes dos de um profissional idêntico na China ou na África.
O adulto está inserido no mundo do trabalho e das
relações interpessoais de modo diferente da criança e do adolescente. Traz
consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de
experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo exterior,
sobre si mesmo e sobre as outras pessoas. Em relação às situações de
aprendizagem, essas peculiaridades da etapa de vida em que se encontra o adulto
fazem com que ele traga consigo diferentes habilidades e dificuldades (em
comparação com a criança) e, provavelmente, maior capacidade de reflexão sobre
o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem.
Para além dessas características gerais, não se deve
tratar o adulto de forma abstrata e universal, porque estaremos muito
provavelmente a traçar um retrato estereotipado do adulto, muito provavelmente
correspondente ao homem ocidental, urbano, branco, pertencente a camadas médias
da população, com um nível de instrução relativamente elevado e inserido no
mundo do trabalho numa ocupação razoavelmente qualificada. Assim, a compreensão
da psicologia do adulto pouco escolarizado acaba por se contrapor a esse estereótipo.
Parece haver uma diferença entre as formas letradas e não letradas de
pensamento; contudo, é importante insistir que essa diferença ainda não está
claramente estudada, não apenas pela falta de investigações mais específicas a
respeito do funcionamento cognitivo dos grupos “pouco letrados”, mas também
pela ausência de uma teoria consistente sobre os processos intelectuais dos
adultos.
No que diz respeito ao funcionamento intelectual do
adulto, os seres humanos mantêm um bom nível de competência cognitiva até uma
idade avançada (acima dos 75 anos). Por outro lado, os psicólogos evolutivos
estão cada vez mais convencidos de que o nível de competência cognitiva das
pessoas mais velhas não depende da idade em si mesma mas de uma série de fatores
como o nível de saúde, o nível educativo e cultural, a experiência profissional
e a vitalidade da pessoa (motivação, bem-estar psicológico...).
Não podemos afirmar a exista um declínio acentuado com o
avançar da idade ou uma perda das habilidades intelectuais embora, muitas
vezes, exista fadiga mental, desinteresse, diminuição da atenção e
concentração. Além disso há um desempenho menos satisfatório das aptidões
psicomotoras quando estão em jogo rapidez, agilidade mental e coordenação.
Quanto à memória e à aprendizagem, os idosos têm uma assimilação mais lenta da
informação e um comprometimento da memória visual e auditiva. Também possuem
diminuição da motivação decorrente de problemas de saúde e de experiências
prévias.
Fisicamente há grandes transformações nos maiores de 65
anos:
· Composição
do corpo
· Gordura
· Estatura
· Peso
· Pele
· Olhos
· Ouvidos
· Boca
· Nariz
|
· Redução
da água corporal total (de 70 para 52%)
· Distribuição
mais centrípeta (no ventre)
· Perda
de 1cm por década após os 40 anos (achatamento vertebral, etc.)
· Redução
do peso depois dos 60 anos (perda de massa muscular e alteração do
metabolismo)
· Pigmentação
anómala; alterações pilosas; espessamento das unhas (mais secas e
quebradiças)
· Mais
fundos, surgimento do arco senil; alteração da elasticidade do cristalino,
acomodação visual, tamanho da pupila, etc.
· Tímpano
mais espesso, degeneração do ouvido interno;
· Mais
seca; alterações das gengivas levando à perda dos dentes que se tornam mais
escuros; alterações do paladar.
· Aumento
do tamanho; diminuição da capacidade olfativa;
|
Por outro lado, enquanto o adulto é o suporte da família
no idoso, tal como na criança, a família é, social e culturalmente, a base do
seu habitat. A atual família nuclear leva a que muitos idosos sejam
institucionalizados até porque o seu número cresce mais depressa do que as
outras categorias sociais. Pensa-se que em 2030 haverá 21% de menores de 18
anos e 22% de maiores de 65 anos de idade, o que torna essencial o
aprofundamento da psicologia do idoso para disponibilizarmos os recursos
necessários para terem bem-estar e se sentirem felizes.
0 comentários:
Postar um comentário
! Antes de imprimir pense em seu compromisso com o meio ambiente.