quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Cartão Carrefour com as taxas de juros mais altas ao ano

Por EXAME.com e Claudio Rossi

São Paulo – A maior parte dos brasileiros já está careca de saber que os cartões de crédito costumam ser a forma mais cara de financiar uma compra – a não ser nos casos em que a loja oferece a opção do parcelamento sem juros. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), a taxa média de juros dos cartões alcançou 238,3% em dezembro. Ainda que percentuais tão altos não sejam encontrados em nenhuma outra economia minimamente organizada, essa taxa ainda poderia ser considerada moderada quando comparada às de alguns cartões específicos do mercado brasileiro.



No caso dos plásticos oferecidos pela rede de supermercados Carrefour, os juros máximos que podem ser cobrados dos clientes que não pagam a fatura na data do vencimento podem chegar a até 18,59% ao mês - ou 637% ao ano. Mas não é só isso. Considerando o IOF (imposto federal cobrado sobre operações financeiras), os juros de mora de 1% ao mês e a multa de mora de 2%, o custo efetivo de financiar uma compra com um cartão de crédito do Carrefour chega a um percentual impressionante de 1.044,20% ao ano (clique aqui e veja todos os custos).

Isso quer dizer que alguém que não paga uma fatura de 1.000 reais hoje terá de desembolsar mais de 11.000 reais para quitá-la daqui a 12 meses. Para efeito de comparação, o investidor que aplica os mesmos 1.000 reais na caderneta de poupança ganharia cerca de 70 reais no período - ou menos de 1% do que o Carrefour fatura colocando o mesmo dinheiro para trabalhar.


Essas são exatamente as vantagens realçadas pela loja na hora de convencer o consumidor a contratar o serviço. O problema, diz Gonçalves, acontece quando o consumidor se deixa ludibriar pelas facilidades de aprovação de crédito concedidas pelos cartões e faz dívidas que crescem como uma bola de neve até que se tornam completamente impagáveis.

Entre as “facilidades” que sempre devem ser evitadas, estão o pagamento apenas da parcela mínima da fatura (que, por lei, é de 15% no Brasil), deixando o resto para ser financiado no chamado crédito rotativo. A fatura deve ser 100% quitada todos os meses. Outra opção do cartão que é muito fácil de contratar e bem difícil de pagar é o saque de dinheiro em caixas eletrônicos (juro de 15,99% ao mês mais IOF no caso do cartão do Carrefour). Muitos cartões de loja também incluem, além de juros e impostos, tarifas por serviço e anuidades, que encarecem ainda mais as operações.

Segundo Gonçalves, o consumidor que possui dívidas com juros elevados no cartão deve quitá-las assim que possível. Mesmo quem não tem dinheiro pode conseguir um empréstimo mais barato numa agência bancária ou em uma financeira e trocar uma dívida cara por outra menos salgada.

Lojas X bancos

Os de cartões emitidos por lojas costumam embutir juros bem mais altos que os dos bancos porque geralmente não há nenhum tipo de pré-seleção dos clientes que terão ou não direito ao plástico. Praticamente qualquer um que apresente documentos de identidade e comprovante de endereço conseguirá ter acesso a boa parte desses plásticos. Já os bancos costumam exigir algum tipo de comprovação de renda para entregar um cartão.o negócio acaba sendo ruim para todo mundo – menos para a loja.

“O Banco Central precisa regular esse mercado e impedir que as lojas empurrem o serviço para quem não sabe usá-lo é em breve vai aparecer no mercado brasileiro um cartão que cobra taxas efetivas de 2.000% ao ano.”

Outro lado

No site Reclame Aqui, entretanto, é possível encontrar consumidores que dizem ter cometido o erro de não pagar faturas com o cartão Carrefour e que não conseguiram nenhuma facilidade da loja ao tentarem renegociar os débitos.

Procurada, a assessoria de imprensa do Carrefour optou por se manifestar por meio de nota, que foi publicado na revista EXAME.com publica na íntegra abaixo:

"O Carrefour Soluções Financeiras esclarece que a taxa informada se refere ao custo efetivo total da transação por ano, que é composto por IOF, juros, multa e mora, e não somente os encargos cobrados por atraso do pagamento da fatura. A empresa ressalta ainda que tem como política comercial estimular que seus clientes optem por programas de parcelamento sem juros, amplamente divulgados em suas lojas, e não incentiva em suas correspondências que o consumidor escolha pelo pagamento de valores inferiores ao total da fatura."

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