domingo, 5 de abril de 2015

A neurociência explica as fraquezas da tecnologia de realidade virtual

Mas essas imperfeições se tornam mais óbvias conforme você passa mais tempo com um desses dispositivos. Ou quando tenta andar e se virar quando os está usando. São muitos os motivos, tanto conscientes quanto inconscientes, que fazem seu cérebro rejeitar a realidade de uma tela montada a alguns centímetros dos seus olhos.

Latência e o problema do enjoo de movimento
Chame do que quiser, mas é fato que náuseas acontecem e são relacionadas à realidade virtual. O principal motivo disso é a latência, ou o pequeno (mas perceptível) atraso entre quando você move a sua cabeça na realidade virtual e quando a imagem em frente aos seus olhos muda — criando um descompasso entre os movimentos que sentimos (com nossos ouvidos internos) e a imagem que vemos (com os nossos olhos).

A armadilha de um campo de visão amplo
Para ser verdadeiramente imersiva, a realidade virtual precisa mostrar para você o que está em frente aos seus olhos — e também o que está ao lado deles. O problema? “Quanto mais amplo o campo de visão, mais sensível você é ao movimento”, diz Frank Steinicke, um professor da Universidade de Hamburgo que passou 24 horas dentro de um Oculus Rift como um experimento.

Como as visões periférica e central funcionam de maneira diferente, isso significa que um campo amplo de visão, o que incorporaria ambas as visões, precisa solucionar dois problemas diferentes. Uma tremulação próxima ao seu olho que não é perceptível se torna uma distração na sua visão periférica.

Realidade virtual como a mais avançada experiência neurocientífica
Empresas de realidade virtual sabem muito bem que a tecnologia não está exatamente pronta para estrear. A Oculus só lançou seu hardware de PC como “kit de desenvolvimento”, e a data de lançamento para uma versão para consumidores ainda não foi definida. Outros produtos já estão disponíveis, como o Samsung Gear VR e o Google Cardboard, mas a realidade virtual sofreu muito com alta expectativa antes, e seus entusiastas temem que isso possa ocorrer novamente.

Admitir que ainda temos problemas neurocientíficos não solucionados em realidade virtual não significa que a a tecnologia está destinada ao fracasso. Em vez disso, significa algo ainda melhor: o entendimento de que a realidade virtual sofre para nos enganar pode nos levar a uma compreensão melhor da complexidade do cérebro humano. Ou, como disse Cronin, “O guia de boas práticas da Oculus talvez seja a coisa mais substancial já escrita em neurociência sensório-motor aplicada.”

E mais adiante, tecnologia ainda mais sofisticada de realidade virtual pode expandir dramaticamente o que fazemos em experimentos neurocientíficos. William Warren, um professor de ciência cognitiva na Universidade de Brown, nos EUA, estudou navegação espacial ao colocar pessoas dentro de ambientes virtuais com wormholes. Formas cruas de realidade virtual para camundongos, moscas de frutas e peixe-zebra já são parte comum da pesquisa neurocientífica.

Ao confundir deliberadamente o cérebro, podemos aprender como ele funciona em situações comuns. E, além disso, isso pode nos dar alguns jogos sensacionais também.

Imagem de topo: http://linkorigins.blogspot.com.br
Por: Sarah Zhang
3 de abril de 2015 às 11:12

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