CONHEÇA HISTÓRIAS DE MULHERES QUE “SUGAM” A PERSONALIDADE DOS PARCEIROS
Na busca de um grande amor, algumas de nós anulam a própria personalidade para se moldar à do parceiro. Mas será que essa estratégia dá certo?
Confira a seguir:
VOCÊ É DO TIPO ESPONJA?
Fonte da imagem: Thomas Kremer
Você já se pegou usando a camiseta de uma banda da qual nem gostava só para agradar a turma do namorado? Você já se pegou usando a camiseta de uma banda da qual nem gostava só para agradar a turma do namorado?
Claudinha* foi uma das mulheres mais importantes que passaram pela minha vida, mas eu a perdi para um cara. Não, não havia nenhum envolvimento amoroso entre nós. Ela era minha melhor amiga, daquelas com quem se compartilha tudo da adolescência: a angústia de não saber o que fazer da vida, o saco cheio com as cobranças dos pais, as alegrias e as decepções trazidas pelas primeiras paixões.
Uns anos depois que nos formamos na faculdade, ela começou a namorar um colega do trabalho, o Ricardo*, com quem ficou por três anos. E foi então que a perdi. O Ricardo tinha um temperamento difícil, ou melhor, impossível. Arrogante, ciumento e mandão, seu esporte preferido era emitir opiniões completamente equivocadas sobre a “boa conduta feminina”.
“Mulher minha não se veste assim” e “mulher minha não frequenta esses lugares” eram algumas das pérolas ditas pela criatura, que alguma máquina do tempo havia despachado direto dos anos 50 para nossas vidas. No entanto, a repulsa que o Ricardo me causava era inversamente proporcional à paixão que despertava em minha amiga.
Para agradá-lo, a Claudinha passou a se vestir com mais recato, deixou de ir às baladas que curtíamos e rompeu amizade com algumas meninas da nossa turma que ela passou a chamar de “rodadas”.
“Nossa cultura estimula as mulheres a se moldarem para não afrontar a vaidade masculina"
Fred Mattos, piscólogo
O Ricardo também era pão-duro – do tipo que conta cada centavo na divisão da conta do bar ou prefere demitir um funcionário a dar um aumento justo. Coisa que ela também passou a fazer: economizava em tudo e tirar pequenas vantagens financeiras passou a ser uma obsessão. Mas o pior para mim era ver a Claudinha repetindo as bobagens machistas que o namorado dizia.
Era doloroso ver uma pessoa tão querida se anular daquela forma. A gota d’água foi um comentário dela depois que terminei um namoro. “Amiga, para segurar um homem, temos que fazer grandes concessões”, disse-me, enquanto checava na conta do restaurante se haviam excluído os 10% do serviço, como ela havia pedido – sem fundamento algum para isso.
Por muitos anos, tive raiva da Claudinha, mas também entendi que aquele comportamento – em escalas maiores ou menores – é bem comum entre nós, mulheres. Quem nunca virou torcedora fanática de um time de futebol só para impressionar aquele gato e transformar o casinho em relacionamento sério? Quem nunca vestiu a camiseta preta de uma banda metaleira que nem curtia só para estar ao lado do namorado em um show?
Convictas de que uma história de amor “para sempre” é aquela na qual o casal “nasceu um para o outro”, algumas de nós absorvemos como esponjas os gostos, os hobbies, as ideias e o comportamento do homem que amamos. E, em casos mais graves, abrimos mão da própria identidade, como explica o psicólogo Fred Mattos, autor do livro "Relacionamento para Leigos" (Alta Books, 432 págs., R$ 70).
“Nossa cultura estimula as mulheres a se moldarem para não afrontar a vaidade masculina, que é sensível a contrariedades. Por temor de ficarem solteiras ou serem deixadas, as mais inseguras acabam distorcendo suas personalidades.”
“Mudei tanto que já não sabia direito quem era"
Monique*, engenheira carioca
Foi o que aconteceu com a engenheira carioca Monique*, 28 anos. Quando namorava o professor paulista Sérgio*, 45, ela deixou de se divertir nas festas de música eletrônica que costumava frequentar e até de praticar escalada, esporte que tinha em comum com sua turma da faculdade. Nos três anos de romance, a engenheira passou a ir – feliz da vida – a saraus de poesia e degustações de vinho, que eram mais a praia do namorado.
“Sérgio era mais velho e fazia parte de uma galera muito culta. Fiz de tudo para ser a mulher que ele sonhava”, admite. A transformação pela qual Monique se obrigou a passar incluiu até o visual – ela trocou os tops e jeans a que estava habituada por modelos de alfaiataria conservadores.
“Eu também repetia as opiniões dele mesmo quando discordava”, recorda. Quando o namoro terminou, a engenheira ficou sem chão. “Havia mudado tanta coisa em mim que já não sabia direito quem era.”
Baixa autoestima e personalidade fraca nem sempre são as causas desse comportamento camaleônico. Segundo a psicanalista Malvine Zalcberg, autora do livro "Amor Paixão Feminina" (Campus, 199 págs., R$ 54), algumas das mulheres esponja são até poderosas, bem-sucedidas em suas carreiras e têm um estilo marcante. Mas falta a elas autoconfiança no campo amoroso.
“Algumas 'vestem' a pele do parceiro a cada nova relação. É como se mudasse a letra, mas não a música"
Malvine Zalcberg, psicanalista
Ao incorporar os valores do homem que ama, a esponja se sente duplamente reconhecida: pelo parceiro e pelo meio em que ele vive e é valorizado”, diz a psicanalista. “Elas são muito frágeis e sofrem demais quando a relação termina porque não perderam apenas um namorado ou um marido. Perderam também uma estrutura de vida em torno daquele homem.”
É exatamente essa sensação que Monique descreve ao falar do fim do namoro com Sérgio. “Sentia-me perdida e não conseguia nem escolher um prato no restaurante sozinha”, recorda. Desde o rompimento, há dois anos, Monique teve alguns casinhos, mas nenhum romance para valer. A maior preocupação da engenheira é não repetir a conduta que teve na relação passada. “Na terapia, me dei conta do quanto ter me tornado uma ‘esponja’ me fez mal.”
RESGATE-SE, CAMALEOA
Nem toda “mulher esponja” consegue abandonar o padrão camaleônico de comportamento após a primeira decepção amorosa. Algumas “vestem” a pele do parceiro a cada nova relação. “É como se mudasse a letra, mas não a música. Enquanto não curam certas necessidades emocionais, como carência e falta de autoestima, as ‘esponjas’ continuam repetindo a estratégia de se moldar à personalidade do homem por quem se apaixonam”, diz Malvine.
SAIBA MAIS
Casal vê vídeo antigo e descobre que se cruzaram, ainda crianças, 16 anos antes de se conhecerem
O publicitário paulistano Denis*, 35, estranhou uma das frases que ouviu de sua ex-sogra quando o namoro de dois anos com a também publicitária Marisa*, 34, chegou ao fim. “Ela me ligou para lamentar que eu já era da família e terminou a conversa assim: ‘Uma pena, porque minha filha custou tanto para achar um rapaz que fosse uma boa influência para ela...’"
Então lembrei que, de fato, a Marisa sempre ia na onda dos namorados”, conta o publicitário referindo-se à ex. “Nós fomos só amigos por mais de dez anos antes de nos apaixonarmos e eu acompanhei inúmeras dessas mudanças dela, sempre que começava a se interessar por alguém.”
Denis conta que Marisa teve a fase “nerd”, quando namorou um estudante de Física, e a “roqueira”, ao se envolver com o baterista de uma banda indie. “Ela também havia tido um casinho com um cara que gostava de rachas de carro. Lembro que nessa época só falava em motor ‘tunado’, qual fazia a maior velocidade em um tempo mais curto e virou perita no assunto”, recorda. “Morria de medo que ela se acidentasse numa dessas corridas.”
“Ela repetia até minhas opiniões. Perdi o tesão"
Denis*, 35, publicitário paulistano
Segundo o publicitário, apesar da conduta “camaleoa no amor”, Marisa tinha opiniões fortes e uma personalidade leve e divertida. “Foi isso que me fez amá-la. Mas, com o tempo, ela virou uma mulher submissa, que só me seguia. Até a página do Facebook dela parecia uma cópia da minha. Nas últimas eleições para presidente, chegou a declarar voto no Aécio Neves, que era o meu candidato – sendo que a vida inteira a Marisa se disse petista!”, afirma. “Isso me tirou o tesão.”
No entanto, diferentemente de Denis, alguns homens se deixam envolver pelos 50 tons de nude das mulheres esponja por longos períodos. São os chamados “parceiros-sintoma”, como explica Malvine. “São aqueles que gostam de ter a parceira apagada, admirando-o e orbitando à sua volta em tempo integral. É uma relação onde um preenche o buraco emocional do outro, até a hora que os dois se sintam sufocados”, diz a psicanalista.
“O amor entre a ‘esponja’ e o ‘sintoma’ pode até acabar, mas terminar a relação é mais difícil para eles, pois criam juntos uma dinâmica de dependência psicológica nada saudável.”
O psicólogo Fred Mattos afirma que a estratégia furta-cor das “mulheres esponja” em busca da felicidade no amor é uma péssima jogada. É importante que os casais tenham características e objetivos em comum – mas as diferenças ajudam a fortalecer o romance.
“São elas que criam contrastes interessantes, pontos de vista diversos, maneiras diversificadas de solucionar problemas. Preservar aspectos da personalidade é essencial para que a pessoa consiga ter fôlego no relacionamento”, explica.
“É muito mais simples se anular e deixar todas as decisões importantes para o parceiro. Mas o tempo acaba revelando o efeito colateral de uma personalidade enjaulada.” Porque ceder em alguns pontos faz parte de toda relação, mas anular-se jamais!
*Os nomes foram trocados a pedido dos entrevistados
Claudinha* foi uma das mulheres mais importantes que passaram pela minha vida, mas eu a perdi para um cara. Não, não havia nenhum envolvimento amoroso entre nós. Ela era minha melhor amiga, daquelas com quem se compartilha tudo da adolescência: a angústia de não saber o que fazer da vida, o saco cheio com as cobranças dos pais, as alegrias e as decepções trazidas pelas primeiras paixões.
Uns anos depois que nos formamos na faculdade, ela começou a namorar um colega do trabalho, o Ricardo*, com quem ficou por três anos. E foi então que a perdi. O Ricardo tinha um temperamento difícil, ou melhor, impossível. Arrogante, ciumento e mandão, seu esporte preferido era emitir opiniões completamente equivocadas sobre a “boa conduta feminina”.
“Mulher minha não se veste assim” e “mulher minha não frequenta esses lugares” eram algumas das pérolas ditas pela criatura, que alguma máquina do tempo havia despachado direto dos anos 50 para nossas vidas. No entanto, a repulsa que o Ricardo me causava era inversamente proporcional à paixão que despertava em minha amiga.
Para agradá-lo, a Claudinha passou a se vestir com mais recato, deixou de ir às baladas que curtíamos e rompeu amizade com algumas meninas da nossa turma que ela passou a chamar de “rodadas”.
“Nossa cultura estimula as mulheres a se moldarem para não afrontar a vaidade masculina"
Fred Mattos, piscólogo
O Ricardo também era pão-duro – do tipo que conta cada centavo na divisão da conta do bar ou prefere demitir um funcionário a dar um aumento justo. Coisa que ela também passou a fazer: economizava em tudo e tirar pequenas vantagens financeiras passou a ser uma obsessão. Mas o pior para mim era ver a Claudinha repetindo as bobagens machistas que o namorado dizia.
Era doloroso ver uma pessoa tão querida se anular daquela forma. A gota d’água foi um comentário dela depois que terminei um namoro. “Amiga, para segurar um homem, temos que fazer grandes concessões”, disse-me, enquanto checava na conta do restaurante se haviam excluído os 10% do serviço, como ela havia pedido – sem fundamento algum para isso.
Por muitos anos, tive raiva da Claudinha, mas também entendi que aquele comportamento – em escalas maiores ou menores – é bem comum entre nós, mulheres. Quem nunca virou torcedora fanática de um time de futebol só para impressionar aquele gato e transformar o casinho em relacionamento sério? Quem nunca vestiu a camiseta preta de uma banda metaleira que nem curtia só para estar ao lado do namorado em um show?
Convictas de que uma história de amor “para sempre” é aquela na qual o casal “nasceu um para o outro”, algumas de nós absorvemos como esponjas os gostos, os hobbies, as ideias e o comportamento do homem que amamos. E, em casos mais graves, abrimos mão da própria identidade, como explica o psicólogo Fred Mattos, autor do livro "Relacionamento para Leigos" (Alta Books, 432 págs., R$ 70).
“Nossa cultura estimula as mulheres a se moldarem para não afrontar a vaidade masculina, que é sensível a contrariedades. Por temor de ficarem solteiras ou serem deixadas, as mais inseguras acabam distorcendo suas personalidades.”
“Mudei tanto que já não sabia direito quem era"
Monique*, engenheira carioca
Foi o que aconteceu com a engenheira carioca Monique*, 28 anos. Quando namorava o professor paulista Sérgio*, 45, ela deixou de se divertir nas festas de música eletrônica que costumava frequentar e até de praticar escalada, esporte que tinha em comum com sua turma da faculdade. Nos três anos de romance, a engenheira passou a ir – feliz da vida – a saraus de poesia e degustações de vinho, que eram mais a praia do namorado.
“Sérgio era mais velho e fazia parte de uma galera muito culta. Fiz de tudo para ser a mulher que ele sonhava”, admite. A transformação pela qual Monique se obrigou a passar incluiu até o visual – ela trocou os tops e jeans a que estava habituada por modelos de alfaiataria conservadores.
“Eu também repetia as opiniões dele mesmo quando discordava”, recorda. Quando o namoro terminou, a engenheira ficou sem chão. “Havia mudado tanta coisa em mim que já não sabia direito quem era.”
Baixa autoestima e personalidade fraca nem sempre são as causas desse comportamento camaleônico. Segundo a psicanalista Malvine Zalcberg, autora do livro "Amor Paixão Feminina" (Campus, 199 págs., R$ 54), algumas das mulheres esponja são até poderosas, bem-sucedidas em suas carreiras e têm um estilo marcante. Mas falta a elas autoconfiança no campo amoroso.
“Algumas 'vestem' a pele do parceiro a cada nova relação. É como se mudasse a letra, mas não a música"
Malvine Zalcberg, psicanalista
Ao incorporar os valores do homem que ama, a esponja se sente duplamente reconhecida: pelo parceiro e pelo meio em que ele vive e é valorizado”, diz a psicanalista. “Elas são muito frágeis e sofrem demais quando a relação termina porque não perderam apenas um namorado ou um marido. Perderam também uma estrutura de vida em torno daquele homem.”
É exatamente essa sensação que Monique descreve ao falar do fim do namoro com Sérgio. “Sentia-me perdida e não conseguia nem escolher um prato no restaurante sozinha”, recorda. Desde o rompimento, há dois anos, Monique teve alguns casinhos, mas nenhum romance para valer. A maior preocupação da engenheira é não repetir a conduta que teve na relação passada. “Na terapia, me dei conta do quanto ter me tornado uma ‘esponja’ me fez mal.”
RESGATE-SE, CAMALEOA
Nem toda “mulher esponja” consegue abandonar o padrão camaleônico de comportamento após a primeira decepção amorosa. Algumas “vestem” a pele do parceiro a cada nova relação. “É como se mudasse a letra, mas não a música. Enquanto não curam certas necessidades emocionais, como carência e falta de autoestima, as ‘esponjas’ continuam repetindo a estratégia de se moldar à personalidade do homem por quem se apaixonam”, diz Malvine.
SAIBA MAIS
Casal vê vídeo antigo e descobre que se cruzaram, ainda crianças, 16 anos antes de se conhecerem
O publicitário paulistano Denis*, 35, estranhou uma das frases que ouviu de sua ex-sogra quando o namoro de dois anos com a também publicitária Marisa*, 34, chegou ao fim. “Ela me ligou para lamentar que eu já era da família e terminou a conversa assim: ‘Uma pena, porque minha filha custou tanto para achar um rapaz que fosse uma boa influência para ela...’"
Então lembrei que, de fato, a Marisa sempre ia na onda dos namorados”, conta o publicitário referindo-se à ex. “Nós fomos só amigos por mais de dez anos antes de nos apaixonarmos e eu acompanhei inúmeras dessas mudanças dela, sempre que começava a se interessar por alguém.”
Denis conta que Marisa teve a fase “nerd”, quando namorou um estudante de Física, e a “roqueira”, ao se envolver com o baterista de uma banda indie. “Ela também havia tido um casinho com um cara que gostava de rachas de carro. Lembro que nessa época só falava em motor ‘tunado’, qual fazia a maior velocidade em um tempo mais curto e virou perita no assunto”, recorda. “Morria de medo que ela se acidentasse numa dessas corridas.”
“Ela repetia até minhas opiniões. Perdi o tesão"
Denis*, 35, publicitário paulistano
Segundo o publicitário, apesar da conduta “camaleoa no amor”, Marisa tinha opiniões fortes e uma personalidade leve e divertida. “Foi isso que me fez amá-la. Mas, com o tempo, ela virou uma mulher submissa, que só me seguia. Até a página do Facebook dela parecia uma cópia da minha. Nas últimas eleições para presidente, chegou a declarar voto no Aécio Neves, que era o meu candidato – sendo que a vida inteira a Marisa se disse petista!”, afirma. “Isso me tirou o tesão.”
No entanto, diferentemente de Denis, alguns homens se deixam envolver pelos 50 tons de nude das mulheres esponja por longos períodos. São os chamados “parceiros-sintoma”, como explica Malvine. “São aqueles que gostam de ter a parceira apagada, admirando-o e orbitando à sua volta em tempo integral. É uma relação onde um preenche o buraco emocional do outro, até a hora que os dois se sintam sufocados”, diz a psicanalista.
“O amor entre a ‘esponja’ e o ‘sintoma’ pode até acabar, mas terminar a relação é mais difícil para eles, pois criam juntos uma dinâmica de dependência psicológica nada saudável.”
O psicólogo Fred Mattos afirma que a estratégia furta-cor das “mulheres esponja” em busca da felicidade no amor é uma péssima jogada. É importante que os casais tenham características e objetivos em comum – mas as diferenças ajudam a fortalecer o romance.
“São elas que criam contrastes interessantes, pontos de vista diversos, maneiras diversificadas de solucionar problemas. Preservar aspectos da personalidade é essencial para que a pessoa consiga ter fôlego no relacionamento”, explica.
“É muito mais simples se anular e deixar todas as decisões importantes para o parceiro. Mas o tempo acaba revelando o efeito colateral de uma personalidade enjaulada.” Porque ceder em alguns pontos faz parte de toda relação, mas anular-se jamais!
*Os nomes foram trocados a pedido dos entrevistados
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