domingo, 4 de agosto de 2013
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17:38
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Guilherme Monteiro
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A PIOR INVENÇÃO DA HUMANIDADEArte de Magritte
Eu tenho pouca compaixão, vejo que é uma emoção ruim,mesquinha, em que a gente sempre se sente melhor do que o outro.Não que me falte mesquinharias, mas não é o caso.Eu sou superior a raríssimas coisas. Uma delas é capinha de guarda-chuva.Enxerguei a capa no estacionamento da universidade.Assemelhava-se a um estojo, o que mobilizou o arpão dos dedos.Para agachar na minha idade, a curiosidade deve pagar o sacrifício.Não sobreviveria aos tempos da monarquia,onde toda vez em que o rei passava havia a obrigação de beijar o chão.Eu seria guilhotinado devido às câimbras.Voltando a capa. O objeto atiçou a gula. Poderia conter lápis, canetas coloridas,apontador, borracha, uma escola inteira no pano.Já dividiria com os meus filhos e levaria uma lembrançapara rechear as gavetas do escritório.Mas fui levantar, notei o que se tratava e repeli de volta, sinceramente frustrado.Disse que nojo, acentuando a agressividade da decepção,como se encontrasse um preservativo usado.Fui enganado, uma capinha!Ninguém no mundo irá levantar aquela capinha, a não ser que confunda como eu.Não duvido que esteja repousando entre as vagas dos carros há um mês.Sequer um arqueólogo, daqui a dois mil anos, achará valor neste pertence.Largará os pincéis, concluindo que não recompensa o trabalho de escovação.Depois da cerveja sem álcool,a pior invenção da humanidade é a capinha do guarda-chuva.Aposto que o energúmeno autor da façanha nem patenteou sua criação.É a mais ridícula. Uma embalagem canhestra.De natureza descartável para cobrir algo que já é descartável.Por que proteger justo aquilo que mais se perde na vida?Será que é para fingir que não esqueceremos oguarda-chuva no ônibus quando para de chover?Ficaremos mais nobres?Ou será que confiamos que a classe média e baixa está separada pelo adereço?Será um brasão de camelô?Não é prática tampouco. Assim que se usa a primeira vez, some sua serventia.Não há como enfiar o volume do pano e as varetas de volta para a escuridão do útero.É mais uma esperança do que uma realização.Não conheço um vivente que tenha conseguido.A cabeleira estará espetada, o cabo torto,pior do que enrolar headphone num bolo coeso e diminuto como o que saiu da loja.Não experimente, será um esforço em vão.Tão complicado quanto restaurar o hímen, o cabaço.Mas a capinha é manhosa, não resistiria se não contasse com poderes especiais.Não representa um produto de fácil eliminação.Desperta a compaixão: não gostamos dela, porém não gostamos de nos desfazer dela.Traz um egoísmo, uma culpa educada. É como chiclete, acabou o sabor,não pretendemos sujar a rua e soar como porco e forjamos sua queda involuntária.Talvez manter a capinha seja preservar a ilusão de que o guarda-chuva é novo.É a mesma angústia daqueleque não se desvencilha do papel-presente porque acha bonito.No fim do ano, vai acumular uma papelaria no armário,faltando aniversário e amigos que atendam ao farto mostruário de estampas.Não tem sentido: quem guarda os papéis de embrulho éavarento e não costuma dar presentes com regularidade.A capinha é a prova de que somos viciados na inutilidade,o que aumenta consideravelmente minha chance de ser feliz.
F. Carpinejar
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Dá beso...!
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Seu regente Vênus em contato com Netuno mostra a força da ternura, da sensibilidade, do afeto incondicional.Sinta-se aconchegado com o que lhe preenche interiormente. Seja carinhoso, compreensivo.Conscientize-se dos potenciais e da inteligência que falta desenvolver com mais confiança.Isabel MuellerBon fin de semaine...!
______________Le RÖI.
°°°Fui...!